Somos o mergulho que respira
Durante quanto tempo mais seremos capazes de contrariar a gravidade mística? A hipnose da literalidade não se sustentará por muito mais tempo. A estrutura está a ruir, em tempo real. Uma vez mais, a areia da mudança avança.
Confundimos crenças com vida, e tomamos uma pela outra. Somos doutrinados a acreditar que há formas corretas e formas incorretas de viver. Não há. A ilusão do crescimento infinito, sustentada pela revolução industrial, está a abrir rachas em várias frentes.
A humanidade está perante uma profunda mudança de paradigma. Por um lado, a ideia de que um outro tipo de inteligência nos poderá suplantar e, por outro, o tempo inaugural em que o trabalho repetitivo, físico ou não, será outsourced para as máquinas. Tudo isto simultaneamente. O véu da normalidade está a rasgar-se, e as certezas que o mundo tridimensional oferece começam a tremer dos joelhos.
A um nível primário, o kosmos é energia, vibração e frequência. O que é resulta de uma dança entre cosmos e consciência. O cosmos cria a consciência, a consciência cria o cosmos, yin yang, existência/não-existência, tudo existe como facto e como potencialidade. A loucura é o ponto de partida.
Por isso, não, o tempo não é de certezas. O tempo é de coerência.
Alinhamento com os nossos valores internos. O tempo é de alimentar a nossa alma com autenticidade, deixando de lado as ilusões pouco nutritivas. Viemos a este plano de realidade para nos conhecermos, para explorarmos o inefável que é dizer eu sou. Jogar pelo seguro é a coisa mais arriscada que podemos fazer. O tempo é de novos caminhos, que se redescobrem na sabedoria milenar. O Tao não pode ser dito. Tudo o que pode ser dito, não é o Tao.
O medo não é real. O medo é uma criação holográfica de algo que não está lá. Agiganta-se no medo de ter medo. Simula situações que não encontram correspondência.
Mas eis o problema: num mundo em que somos os criadores da realidade, o medo que espelhamos confirmará as razões para temermos. A minha missão é agora clara: as minhas palavras ajudarão outros a relembrarem a sua divindade, ao mesmo tempo que me ajudarão a não esquecê-la. É por aqui que seguirá o meu caminho literário e a minha história pessoal. O velho tem de ruir para que o novo emerja. E o novo, meus queridos e queridas, requererá um terceiro olho bem aberto.
O material do novo mundo é feito de sonhos e silêncios.
Conseguem distingui-lo?